sexta-feira, junho 22, 2007

CONVERSA ANIMADA, NA NOITE DE QUINTA-FEIRA

DEBATE SOBRE A UNIÃO EUROPEIA
PERMITIU CLARIFICAR DIFERENÇAS

Um animada troca de opiniões opôs ontem à noite Miguel Portas a Elisa Ferreira, eurodeputada eleita pelo PS, num debate que teve lugar no Centro Cultural --- uma iniciativa acompanhada e participada por cerca de cinquenta pessoas, sempre muito atentas.
Embora coincidissem nas críticas ao liberalismo económico, os dois eurodeputados apresentaram visões diferentes sobre o processo em curso para a adopção de um novo Tratado da União Europeia. Para o eurodeputado bloquista Miguel Portas os dirigentes europeus procuram, na cimeira em curso em Bruxelas, encontrar uma fórmula que negue aos povos o direito a pronunciar-se em referendos, evitando supresas como o "não" em referendo, já ocorridos em França e na Holanda. Já para Elisa Ferreira um novo Tratado Constitucional poderá contribuir para a regulação política da economia e um maior controlo dos aspectos negativos da liberalização económica.
O debate alargou-se ainda às consequências da globalização económica, como a "asiatização" das relações laborais na Europa, a perda de rendimentos, a baixa das reformas, o desemprego, etc.
A conversa, sempre em tom muito vivo e informal, durou quase duas horas e só foi interrompida devido ao adiantado da hora.
IMPASSE NA CIMEIRA DE BRUXELAS
No primeiro dia da cimeira europeia, que juntou ontem em Bruxelas os chefes de Estado ou de governo dos 27 países da União, foi dedicado à reforma institucional, pouco se avançou para alcançar um acordo sobre o Tratado com que Barroso e Merkel pretendem substituir a Constituição Europeia chumbada em referendos na França e Holanda.
Hoje, sexta-feira, começam as reuniões bilaterais, com a chanceler alemã a tentar convencer os governos mais reticentes a cederem nas suas posições. O acordo dos 27 é um cenário considerado difícil pela imprensa europeia, ante o pessimismo demonstrado por alguns dos presentes no arranque da cimeira. A Polónia e Inglaterra são os países a colocar os maiores obstáculos à aprovação do Tratado. O presidente Lech Kaczynski não está de acordo com o sistema de votação proposto para assegurar maiorias qualificadas (passariam a bastar 55% dos Estados e 65% da população), por penalizar o seu país e beneficiar os alemães, a quem a propaganda interna dos gémeos Kaczynski no poder em Varsóvia classifica de inimigo principal dentro da UE. Por sua vez, Tony Blair rejeita a figura dum ministro dos negócios estrangeiros que fale pela política externa dos 27 países e quer a manutenção do direito de veto em áreas como a justiça, imigração, administração interna e relações externas. Também o carácter vinculativo da Carta dos Direitos Fundamentais não agrada a Tony Blair, que faz em Bruxelas a sua despedida destas cimeiras.
APREENSÃO
Os líderes dos governos e Estados continuavam apreensivos no final da noite, com as opiniões a dividirem-se entre os muito pessimistas e os que conseguiram ver uma vontade de chegar a acordo. Se tal acontecer, caberá à presidência portuguesa a conclusão do processo de elaboração do documento a que muitos chamam "mini-tratado", um processo que tem sido alvo de muitas críticas, nomeadamente a de se destinar a contornar a dificuldade de conseguir a adesão das populações em referendo.

3 comentários:

Anónimo disse...

...claro que é sempre animada a conversa!

Não sabem fazer outra coisa!!

Festa, festa!!!

Falam, falam...e não fazem nada!!!

Politica....hummm...nada!!!

Temos pena!!

Anónimo disse...

Este deve ser um dos velhos que está sempre a dizer mal nos filmes dos Marretas. Com esta conversa de taxista sempre a criticar os políticos

Anónimo disse...

Bem, vinha aqui dizer algo....mas estou a ver que alguém veio e disse a verdade!!