quinta-feira, junho 28, 2007

COMUNIDADE URBANA DO MÉDIO TEJO

APOSTA NO "VERDE E NO AZUL"
DEVERÁ SER A PRIORIDADE DO MÉDIO TEJO

... DIZ AUGUSTO MATEUS

Augusto Mateus (AM) apresentou perante a Assembleia da Comunidade Urbana do Médio Tejo (Comurb) as ideias essenciais para um plano do Médio Tejo, a integrar no Plano Regional de Ordenamento do território (PROT), actualente em elaboração. Para o conhecido economista, o essencial é apostar no verde da natureza e no azul da água, para assegurar uma região competitiva para viver, trabalhar e visitar.

3 TRUNFOS e 4 EIXOS
Segundo Augusto Mateus, o Médio Tejo disporá de 3 trunfos.
Em primeiro lugar, tem uma posição privilegiada no cruzamento das rotas norte-sul e Portugal /espanha. Depois, a região é marcada pela forte presença da floresta e da água, o tal "verde e azul". Por fim, dispõe de um notável património natural, histórico, edificado e histórico.
A partir daqui, Augusto Mateus constrói 4 eixos de investimento articulado.
O primeiro eixo visa construir uma rede de polos urbanos que funcione como uma única cidade média, de 200 a 250 mil habitantes. É o regresso da ideia de cidade polinucleada.
Em segundo lugar, é preciso, segundo AM, aumentar a competividade regional desempenhando funções úteis aos outros. Aparecem aqui vários "cachos" de projectos, como a plataforma logística e os parques de negócios, no que chamou "porta norte de Lisboa".
A valorização dos recursos endógenos, como o arco patrimonial da grande Lisboa e o turismo, são o terceiro eixo de desenvolvimento.
O quarto eixo é a promoção de uma educação básica "de excelência" e o quinto eixo é a montagem do que chamou um "sistema de governança regional", algo como uma agência regional.

OS LIMITES DA IDEIA DE COMPETIVIDADE
Para Augusto Mateus, a ideia parece ser a de evoluir para uma região competitiva, assentando básicamente no património e no turismo. Para além disto, só refere parques de negócios e palataforma logística, em relação com Lisboa.
Outro tipo de actividades, algumas até com tradição na região, são pura e simplesmente ignoradas. AM não refere os transportes --- ferroviários, por exemplo ---, nem a metalurgia e metalomecânica, nem os textêis... para não ir mais longe.
O ensino, esse fica-se pela promoção de um ensino básico de excelência (sublinhado nosso), fórmula piedosa para decretar o fim do ensino superior na região. Ora como pode haver desenvolvimento moderno sem a ligação, tão progandeada noutras latitudes, ao ensino superior?
Independentemente de uma posterior análise, necessariamente mais aprofundada, acentua-se nesta visão o que já era uma das ideias do Plano Nacional de Ordenamento do Território (PNPOT): para "competir" teremos de ficar remetidos para as margens da Grande Lisboa, sem alternativas de desenvolvimento independente.
Esse lugar marginal assegurará trabalho qualificado para os que cá vivem e trabalham? Interpelado nesse sentido por Carlos Matias, deputado do Bloco na assembleia da Comurb, AM deu resposta pouco convincente.
A discussão está aberta.

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