quinta-feira, agosto 31, 2006

INSÓLITO... OU TALVEZ NÃO

POR UNANIMIDADE, A CÂMARA APROVA EXPROPRIAÇÃO DE IMÓVEL PARA ONDE MOMENTOS ANTES VIABILIZARA UM CAFÉ-BAR!

Parece-lhe estranho? Conheça a história completa
No imóvel da Rua 1º de Maio, 53/55 funcionou em tempos uma padaria. Posteriormente, durante alguns anos, funcionou aí uma pastelaria e, mais recentemente, uma sede de campanha do PSD.
Em Maio deste ano, o respectivo proprietário perguntou à Câmara se agora seria possível instalar aí um café-bar.
O técnico da Câmara que emitiu um parecer sobre esse pedido, deixando embora à consideração do executivo a decisão final, fez notar que "qualquer utilização deste espaço compromete e atrasa a intenção da rua onde se propõe o estabelecimento, pelo que a viabilidade da instalação do estabelecimento pretendido se torna inconsequente".
Atento, o técnico referia-se ao previsto prolongamento da Rua Dr Fanhais até à Rua 1º de Maio -- um prolongamento previsto num plano de pormenor que até já vem dos anos 70. Com um novo estabelecimento instalado no espaço do lote, passaria a ser mais difícil esse prolongamento da Rua Dr Fanhais. É óbvio.
Só que PSD e PS fecharam os olhos ao óbvio e os dois partidos aprovaram agora a viabilidade do novo café-bar -- com a única oposição do vereador do Bloco de Esquerda.
Mas a incongruência não ficou por aqui.

"ENGORDAR O PORCO" PARA DEPOIS O PAGAR A PESO
O Vice-Presidente da Câmara informou que, em face do exposto pelo técnico "encetou o Excelentísimo Presidente contactos com o proprietário (do imóvel da Rua 1º de Maio), com vista a uma eventual aquisição do espaço, por parte do Municipio, dos quais não resultou qualquer viabilidade de acordo para a concretização desse objectivo"
Perante o fracasso das negociações do "Excelentíssimo", o PS resolveu então propor a expropriação do imóvel, para a abertura da rua. Votada a expropriação logo a seguir, na mesma sessão de Câmara, esta seria aprovada por unanimidade.
Isto é: aprovando a viabilidade de um novo estabelecimento comercial para aquele imóvel, a maioria PSD/PS na Câmara valorizou-o. Mas, logo a seguir, decidiu expropriá-lo -- com indemnização, como é evidente.
O proprietário do imóvel da Rua 1º de Maio tem todas as razões para estar satisfeito com a valorização da sua propriedade. Recebeu, ou melhor, irá receber uma excelentíssima prenda.
Já os munícipes têm motivos para interrogar-se por que estranhas razões a Câmara resolveu valorizar um imóvel que logo a seguir resolveu expropriar, o que a obrigará a abrir ainda mais os cordões à bolsa.
Mistérios!

terça-feira, agosto 29, 2006

PSD QUER DINHEIRO PARA OBRAS NO MERCADO A PAGAR O CALOTE DO MULTIUSOS


FINANÇAS MUNICIPAIS À MERCÊ DE MEDIDAS AVULSAS

A derrama aprovada em 2005 e cobrada este ano tinha como fim específico a realização de obras de conservação no mercado municipal.
Só que, como o PSD deixou chegar as finanças municipais a um estado lastimável, quer agora esse dinheiro para liquidar a dívida do recinto multiusos.
Já apresentou e aprovou essa proposta na Câmara e vai levá-la, para ratificação, à próxima sessão daAssembleia Municipal, em 7 de Setembro.
Isto quer dizer que também falhou o plano de financiamento desta obra -- embora o PSD não o assuma.
O Bloco só considerará a aprovação deste tipo de operações após um debate aprofundado sobre as finanças do munícipio e a assunção de responsabilidades pela crise financeira.
Até lá, não aprovaremos medidas erráticas ou "tapa-buracos".

VENDA DE LOTE DE TERRENO LEVA O MESMO CAMINHO
O não pactuar com este tipo de gestão levou o Bloco a votar também contra a venda de um lote de terreno, propriedade do muncícipio.
Assumiremos a nossas responsabilidades, quando necessário; mas não contem com o Bloco para a delapidação do património municipal.

EMEF - ACUSAÇÕES CRUZADAS


AFINAL HÁ UM PLANO ESTRATÉGICO ?

...OU HÁ UM MERO POWER POINT ?

O ex-presidente da EMEF, Correia Távora, acusou a CP e o governo na pessoa da Secretária de Estado dos Transportes Ana Paula Vitorino de terem apresentado em 24 de Março, no Entroncamento, um documento que não é plano nenhum, mas um simples power point, "bastante disparatado por sinal".
A crer no que agora diz Correia Távora, o plano elaborado pela equipa da EMEF previa a concentração no Entroncamento da componente industrial. As restantes oficinas espalhas pelo país seriam emagrecidas. Surpreendentemente (para ele) a apresentação feita no Entroncamento foi em sentido diverso, nunca sendo "explicado o financiamento daquela reestruturação, não havendo mesmo um mapa de contas provisionais no referido "plano" (aspas de Correia Távora)".
O jornal Público, que divulgou as declarações do antigo presidente da EMEF, pediu à CP e ao governo, o plano estratégico da EMEF e os tais mapas de financiamento, bem como a respectiva lista de medidas já concretizadas. Responderam-lhe serem "questões não passíveis de divulgação".

MAIS CONVERSA, POUCO ESCLARECIMENTO
Dois dias depois destas declarações polémicas e do secretismo imposto pela CP, esta mesma empresa e a EMEF enviaram ao matutino uma lacónica nota conjunta em que reafirmam a existência do tal Plano Estratégico "aprovado pela empresa e homologado pela respectiva tutela".
Segundo as actuais administrações destas empresas ferroviárias, o plano encontrar-se-ã "actualmente em fase de concretização e execução". Quanto aos pertinentes esclarecimentos anteriormente pedidos pelo jornal, aí ambas as empresas continuaram sem dizer palavra.

Ver post anterior, sobre este assunto

CGTP: MANIFESTAÇÃO EM 12 DE OUTUBRO


TRABALHADORES EXIGEM MELHORES SALÁRIOS

A CGTP - Intersindical Nacional defende o crescimento dos salários reais, alterações à reforma da segurança social e da administração pública, combate à precariedade do emprego e, genericamente, mais respeito pela força de trabalho.
A CGTP exige ainda a subida do salário mínimo nacional dos actuais 385,9€ para 410€ em 2007, por forma a atingir os 500€ em 2010.

sexta-feira, agosto 25, 2006

FABRICADOS NA EMEF-ENTRONCAMENTO

SEGUIRAM 32 VAGÕES PARA A BÓSNIA

Embarcaram ontem no porto de Setúbal os primeiros 32 vagões de uma série de 356 unidades encomendadas à EMEF pelos caminhos de ferro da Bósnia. Até ao final do ano está previsto o envio de mais 88 vagões, valendo 32 milhões de euros a totalidade da encomenda de 356 unidades.
É a primeira vez que a EMEF fabrica vagões, pois tem-se dedicado exclusivamente à reparação e manutenção de material circulante. A incorporação nacional no fabrico de vagões não ultrapassa, por enquanto, os 10%.
Está em curso a negociação de novas encomendas para vários países do Báltico, América Latina e África.

Foto Jorge Godinho/Correio da Manhã

MINISTÉRIO RESPONDE SOBRE O VIADUTO DO CASAL DO GRILO

GOVERNO FOGE À RESPONSABILIDADE


O Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações já respondeu (através do Governo Civil) à interpelação dos orgãos autárquicos sobre a necessidade de alterar a travessia da A23, na zona do Casal do Grilo.

Diz o Secretário de Estado Ajunto das Obras Públicas e das Comunicações:

"Este Caminho Municipal 1182 e todos os outros restabelecidos no âmbito da construção da A23, quer no concelho do Entroncamento, quer nos outros concelhos atrvaessados por esta auto-estrada, permanecem como vias municipais da responsabilidade das respectivas autarquias, com excepção das obras de arte, passagens superiores ou inferiores que são responsabilidade da EP - Estradas de Portugal, E.P.E." (sublinhado nosso)

Aqui chegada, qualquer pessoa concluiria: ser o viaduto é da responsabilidade das "Estradas de Portugal". Logo, que lhes competirá resolver o problema da deficiente solução adoptada. Só que a lógica de suas execelências não é linear.
Ora leiam-se os parágrafos seguintes da resposta.

"Desde a elaboração do projecto, da construção e da entrada em exploração da A23 até hoje verificou-se um crescimento urbano, quer a Norte quer a Sul da auto-estrada, que teve como consequência um aumento de tráfego na rede rodoviária bem como o aumento do número de peões que utilizam esta ligação, aumentando assim a probabilidade de acidentes.
No entanto, esta situação não foi motivada nem pela construção da A23, nem pela forma como foi restabelecido o Caminho Municipal 1182, pelo que não compete à EP - Estradas de Portugal, a sua resolução" (sublinhado nosso)

Em resumo: o ministério descarta a "Estradas de Portugal" da resolução de um problema apenas criado devido à deficiente solução encontrada inicialmente para repôr um caminho municipal. E isto apesar de eles próprios reconhecerem ser da "Estradas de Portugal" a responsabilidade do viaduto sobre a A23!

A INCÚRIA É CRIMINOSA
Apontar a causa dos repetidos acidentes no local para o aumento do tráfego é uma desresponsabilização inaceitável por parte do Governo/Estradas de Portugal. Toda a gente percebe que o erro de concepção do viaduto está lá desde a primeira hora.
O assunto não pode ficar por aqui, porque a incúria não pode continuar!
O Bloco de Esquerda considera desde já o governo como responsável pelos acidentes no viaduto sobre a A23, pelos feridos e mortos que aí venham a verificar-se.

quinta-feira, agosto 24, 2006

AMNISTIA ACUSA ISRAEL:

CRIMES DE GUERRA NO LÍBANO!
A Amnistia Internacional acusou ontem Israel de ter cometido crimes de guerra no Líbano durante a recente ofensiva contra o Hezbollah. A organização de direitos humanos responsabiliza o Estado judeu pela destruição de mais de 30 mil residências civis, e de "atacar hospitais, aeroportos, centrais eléctricas e de armazenamento de água, portos e estradas, e até supermercados.A afirmação de Israel de que os ataques à infra-estrutura foram legais é claramente errada. Muitas das violações identificadas no nosso relatório são crimes de guerra incluindo ataques indiscriminados e desproporcionais", disse Kate Gilmore, vice-secretária-geral da organização. "As provas indicam fortemente que a ampla destruição de centrais eléctricas e de abastecimento de água, assim como a infra-estrutura de transportes, vital para o abastecimento de alimentos e para a ajuda humanitária foi deliberada, e parte integral de uma estratégia militar."

quarta-feira, agosto 23, 2006

NA SÍRIA


SACERDOTE CATÓLICO REZA PELO HEZBOLLAH E DENUNCIA POLÍTICAS DE ISRAEL APOIADAS PELO OCIDENTE

Segundo a Rádio Vaticano, um conhecido sacerdote católico de Damasco, Síria, reza e convida os fiéis a rezarem pelo Hezbollah (o Partido de Deus) e pela vitória de Nasrallah, enquanto a comunidade internacional espera pelo desarmamento do Hezbollah.

Em entrevista concedida à agência ANSA, o pároco da Igreja de Nossa Senhora de Damasco, Pe. Elias Zahlawi, afirma que "Nasrallah defende a justiça" e denuncia "a grande injustiça provocada pela ocupação israelense em todos estes anos".

Leia aqui a notícia completa

terça-feira, agosto 22, 2006

PSD CARREGA SOBRE OS MUNÍCIPES



IMI À TAXA MÁXIMA

A maioria PSD na Câmara Municipal decidiu aplicar aos munícipes as taxas máximas do imposto municipal sobre imóveis (IMI) para o próximo ano: 0,8% para os prédios urbanos e 0,5% para os poucos prédios rústicos.
Se esta decisão for agora ratificada pela Assembleia Municipal -- o que é provável, perante a maioria absoluta do PSD existente também nesse orgão -- os munícipes do Entroncamento continuarão com uma pesada contribuição fiscal.
O Bloco de Esquerda defende que se deveria manter o nível de fiscalidade existente quando, anteriormente, existia a contribuição autárquica. Portanto, sem o agravamento que já foi introduzido no último ano.
Daí que o Bloco tenha apresentado na Câmara a proposta de 0,6% de IMI para os prédios urbanos e 0,4% para os prédios rústicos, proposta também assumida pelos vereadores do PS. Esta alternativa seria, porém, rejeitada pela maioria social-democrata.

MEIA-VIA SEM MÉDICO


BLOCO TOMA A INICIATIVA

Na reunião da Assembleia de Freguesia de Meia Via realizada a 26 de Maio último, o Bloco de Esquerda, através da sua representante Ana Bela Paixão, fez a proposta de que, na sequência do encerramento do Posto Médico de Meia Via e das consequências para a população, fosse solicitado o agendamento de uma reunião com o Coordenador da sub-região de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Propôs ainda que fosse formada uma delegação composta pelo Presidente da Junta e pelas forças políticas representadas na Assembleia de Freguesia, mais um elemento do Centro Social do Divino Espírito Santo, entidade que tem vindo a mostrar interesse e preocupação com este assunto.
Esta proposta viria a ser aprovada por maioria, com uma única abstenção.

TRANSMITIDAS AS PREOCUPAÇÕES DA POPULAÇÃO
Em consequência, após sucessivas diligências, foi conseguido o agendamento com o Coordenador para o dia 2 de Agosto último.
Estiveram presentes na reunião a representante do Centro Social e representantes das várias forças políticas à excepção do Partido Socialista (PS).
Lamenta-se a ausência do PS, mas lamenta-se mais profundamente a ausência do Presidente de Junta, que estava vinculado à decisão do órgão deliberativo Assembleia de Freguesia.
É de referir que todos os responsáveis e forças políticas supracitados tiveram conhecimento prévio da reunião através de um documento escrito e entregue em mão.
Lamenta-se igualmente a atitude do Presidente da Junta na última reunião de 10 de Agosto ao afirmar que não passava de folclore o que a comissão foi fazer a Santarém e que tivéssemos cuidado porque as pessoas nos iriam pedir contas. O BE de Torres Novas adianta estar disponíveis para as prestar.
Cada um toma as atitudes que entender é pena é não dizerem ao que vêm na altura dos votos.
Na reunião que teve lugar com o Coordenador, os interesses dos utentes do posto Médico de Meia Via foram defendidos. Se todos tivessem feito o que fez o Presidente da Junta e o PS então é que nada se fazia.
Os utentes com doenças crónicas e que precisam de receitas de forma regular e atempada já começaram a perceber a importância da reunião.

O Bloco de Esquerda de Meia-Via reafirmou junto da população que continuará a bater-se pelos seus direitos e interesses, tal como afirmou na altura dos votos.



OBRAS ATÉ SETEMBRO

TRABALHO MILITANTE MELHORA A SEDE

Aproveitando a quebra de Verão na actividade partidária, estão em curso as previstas obras na nossa sede na Rua Mestre de Avis. Depois de reparadas as paredes, já se procedeu à primeira fase das pinturas, tarefa militante a que, como se vê na foto abaixo, nem o vereador do Bloco escapou...

Prevê-se que no início de Setembro todos trabalhos estejam concluídos, com a melhoria da iluminação e apetrechamento com mobiliário novo, mais adequado às reuniões frequentes.

quarta-feira, agosto 16, 2006

POUCO MOVIMENTO PARA MUITAS DESPESAS


MERCADO VAI FECHAR ÀS SEGUNDAS-FEIRAS

A Câmara decidiu passar a encerrar o mercado municipal às segundas-feiras. O motivo apontado foi o baixo movimento verificado nesse dia: cerca de metade dos restantes dias de semana e menos de 25% dos sábados.
Esta razão, aliada aos elevados encargos associados à abertura do mercado, é plausível. No entanto, do ponto de vista do Bloco, antes de uma decisão final, importaria ouvir os próprios vendedores, recolher outras sugestões e acautelar eventuais problemas.
Afinal, em média, ainda há mais de sessenta vendedores habituais – entre os quais algumas lojas --, em cada segunda-feira. Ora, se eles costumam “abrir a porta” é porque, em geral, isso lhes parece rentável.
Por outro lado, se é inegável que a venda quebra muito ás segundas-feiras, o facto de o mercado passar a fechar dois dias por semana poderá agravar ainda mais o afastamento dos clientes. Com a “dinâmica” criada, vamos a ver como passará depois a ser o mercado às terças-feiras…
Finalmente, há um outro factor a ter em conta. Com menos dias para vender, quem alugou bancas à semana ou ao mês, vê o respectivo aluguer subir relativamente sem aviso prévio, já que continua a pagar o mesmo… mas para menos dias de venda.

“À PSD”: QUERO, POSSO E MANDO
Embora compreenda a validade das razões para passar a fechar o mercado às segundas-feiras, o Bloco pensa que todo este processo deveria ter sido conduzido de outra forma.
Aliás, é curioso que a proposta de fechar o mercado às segundas-feiras tenha surgido na sessão de câmara assinada pelo Director de Departamento Dr Gilberto Martinho. Nem um despacho, nem uma fundamentação política ou, no mínimo, nem um simples comentário (escrito ou oral) se ouviu à vereadora PSD do pelouro dos mercados, Maria João Grácio. Se o silêncio da senhora já é habitual em todas as outras matérias, seria natural ouvir a sua voz, ao menos em assunto do seu próprio pelouro.

CARTA BRANCA PARA A CÂMARA?!
A decisão final sobre o horário do mercado cabe agora à Assembleia Municipal, pois é parte do Regulamento do Mercado. De facto, a alteração agora aprovada na Câmara teria de ser lá ratificada.
Escrevemos teria, porque o PSD inventou um novo estratagema para a Assembleia Municipal não ter aprovar nada de substantivo.
Agora, vai muito simplesmente propor à Assembleia que doravante “em casos devidamente fundamentados, poderá a Câmara Municipal alterar o horário de funcionamento do mercado”.
Ou seja, para o PSD, a Assembleia Municipal deverá demitir-se de ratificar o horário do mercado, parte importante de um Regulamento para o qual a Assembleia tem competências específicas !

QUE LHES PASSA PELA CABEÇA?
A passar esta proposta, quem os impede de amanhã fazerem o mesmo com alterações orçamentais, desde que “devidamente fundamentadas”? E porque não a Câmara passar a alterar unilateralmente as taxas municipais se a decisão também for “devidamente fundamentada”? A Câmara e a sua maioria PSD é que passará a analisar os fundamentos das sua próprias decisões e não a Assembleia Municipal, como manda a lei?
Que pensarão afinal os dirigentes do PSD ?
Começaram por passar as reuniões camarárias de semanais a quinzenais, evitando o confronto público. Depois, fazem o possível por lhes retirar toda a discussão política. Agora passou-lhes pela cabeça retirar uma competência exclusiva da Assembleia Municipal.
Em definitivo, esta gente só é democrata quando a isso é obrigada

Por tudo isto, o vereador do Bloco de Esquerda votou contra a proposta, aprovada unicamente com os votos do PSD.

FINANÇAS MUNICIPAIS PRECÁRIAS?


DERRAMA A DOER !

Argumentando com a necessidade de “reforço da capacidade financeira do município”, o PSD apresentou na Câmara Municipal a proposta de aplicação de uma derrama sobre o IRC cobrado em 2007, pela sua taxa máxima admissível de 10%.
Recorde-se que a aplicação da derrama é opcional em cada município e pode ir até 10%, podendo naturalmente ser inferior.
Até agora, as maiorias dominantes no executivo municipal do Entroncamento sempre apresentaram as suas propostas de derrama como sendo destinadas a determinado objectivo específico. No ano passado, por exemplo, a derrama cobrada este ano foi desde logo destinada a “infraestruturas de saneamento básico”, numa proposta então também aprovada pelo Bloco de Esquerda.


Porém, neste ano, ao propor a aplicação da taxa máxima da derrama, o PSD decidiu simplesmente recorrer à fórmula genérica prevista na lei e já acima descrita, ou seja, para “reforço da capacidade financeira”.
Só que, na fundamentação da proposta de aplicação da derrama, o PSD “esqueceu-se” de analisar a actual capacidade financeira do município.
Ora a análise e a fundamentação são determinantes para esta decisão. Efectivamente, de há muito tempo para cá, o Bloco vem alertando para a grave situação das finanças municipais.
Perante uma discussão profunda do assunto, o Bloco estaria disponível para eventualmente a aprovar uma nova derrama para 2007. No entanto, na ausência dessa discussão séria sobre a grave crise financeira – e sem a respectiva assunção de responsabilidades – o vereador do Bloco votou contra a derrama, na Câmara Municipal.

Apesar disso, como é habitual, a maioria absoluta do PSD na Câmara impôs a aprovação da derrama pela sua taxa máxima.

ALTERAÇÃO POR MEDIDA



MUDADA A LEI:

E. LECLERC VAI PODER LEGALIZAR-SE

O artigo 44º do PDM vai ser alterado. Aí estipula-se que na proximidade da A23 se considera ”uma ocupação de média dimensão inferior a 1000m2 de construção contínua. A altura total exterior máxima dos edifícios não poderá exceder os 10m.”
Como está agora o Regulamento do PDM, o E. Leclerc não poderia ser legalizado
nNa sua última reunião, Câmara decidiu acrescentar uma excepção.
No futuro, a norte do acesso da A23, precisamente onde está implantado o Supermercado E. Leclerc, “a dimensão da área coberta poderá ir até 10000m2 de construção contínua e a altura total exterior máxima dos edifícios poderá ir até aos 13m, incluindo os elementos decorativos”.

Estávamos, de facto, perante um quadro de irreversabilidade prática do processo. Trata-se, por outro lado de uma clara alteração do PDM por medida, para legalizar uma estrutura comercial ilegal. Neste quadro, ponderando uma situação que é complexa, o Bloco decidiu abster-se, não inviablizando a legalização do Supermercado.

segunda-feira, agosto 07, 2006

TURE COM OCUPAÇÃO IRREGULAR




MÉDIA MENSAL DE PASSAGEIROS TRANSPORTADOS ULTRAPASSA OS

20 900


A Câmara Municipal forneceu à bancada do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal os números de passageiros transportados mensalmente pelos TURE.
Como habitualmente, o executivo forneceu informação muito escassa sobre os TURE, não indicando por exemplo, o valor das receitas mensais. Limitou-se a fornecer o mínimo de dados possível. Menos do que deu seria ... não dar nada, o que já seria mais notório. É o secretismo à moda do PSD..
Mas, adiante e vamos aos números.
Os dados fornecidos referem-se apenas aos 3 últimos meses de 2005 e aos primeiros 5 meses deste ano, até Maio, portanto.

Outubro 2005 - 21739
Novembro 2005 - 22086
Dezembro 2005 - 18944
Janeiro 2006 - 23125
Fevereiro 2006 - 19766
Março 2006 - 23303
Abril 2006 - 16768
Maio 2006 - 21741

Média no período - 20934

Apesar da série ser muito curta, há para já duas notas a registar:
- o número mensal de passageiros transportados tem-se mantido mais ou menos estável, sem ganhos progressivos, mas também sem quebras assinalávéis;
- mensalmente, há oscilações alternadas nos valores, acima e abaixo da média. Isso é evidente no números de passageiros transportados em cada mês deste ano.

Mais tarde, com mais meses de funcionamento e indicadores mais apurados, haverá que fazer um balanço detalhado e avaliar se se justificará a introdução de alterações no serviço. Isto, claro, para além do previsto alargamento da rede.

HÁ 70 ANOS !



CONQUISTADO DIREITO A FÉRIAS REMUNERADAS

Foi em 1936 na França, durante o governo da Frente Popular presidido por Léon Blum que, pela primeira vez na história, os trabalhadores tiveram direito a férias remuneradas.
O acordo assinado entre o presidente do conselho de ministros, a Confederação geral do patronato francês (CGPF) e a Confederação geral do trabalho (CGT) instituía 15 dias de férias pagas e a semana de 40 horas.

1936 foi um ano conturbado em França, com o ascenso do fascismo e uma forte resistência popular e da esquerda. A 3 de Maio a Frente Popular, coligação da esquerda, ganha as eleições. A Frente Popular era composta pela SFIO (Secção Francesa da Internacional Operária, partido antecessor do PS francês), pelo PCF e pelo Partido Radical (um partido centrista), incluindo ainda outros pequenos agrupamentos.

A vitória da frente popular deu confiança aos trabalhadores, que confiantes com a vitória política obtida e convictos de que podiam ser ouvidos desencadeiam no final do mês de Maio um poderoso movimento grevista com ocupação das fábricas, que paralisa a França.
Na noite de 7 para 8 de Junho, no hotel Matignon em Paris é assinado o acordo que instituiu as férias remuneradas, reduziu, sem diminuição de salário, de 48 para 40 horas a semana de trabalho, os salários foram aumentados entre 7% e 15%, foram reconhecidas a liberdade de acção sindical e as convenções colectivas.


A festa que constituíram as férias em 1936 e nos dois anos seguintes foi depois interrompida com a segunda guerra mundial e a terrível carnificina que esta gerou. Só depois da guerra e sobretudo a partir dos anos 50 as trabalhadoras e os trabalhadores passaram realmente a gozar as férias.


DA LEI À VIDA, VAI UM ABISMO
No nosso país e antes de 25 de Abril de 74, já existia a concessão de alguns dias de férias em vários sectores. No entanto, só após a Revolução os trabalhadores portugueses viram consagrado o direito generalizado a um mês de férias pagas. O subsídio de férias, esse não existia antes de 25 de Abril.
No entanto, entre o direito a férias conquistado e o seu exercício real vai um abismo.
As crescentes dificuldades económicas impostas aos trabalhadores levam a que o subsídio de férias acabe frequentemente por ser encarado como uma remuneração adicional, para acudir a encargos correntes das famílias.
Também a crescente imposição de relações contratuais como os "recibos verdes", pagamentos à tarefa e contratos a muito curto prazo acabam por privar muitos trabalhadores do subsídio de férias.
Não admira, portanto que, segundo os resultados de Junho do Barómetro /DN/TSF, 41% dos residentes no Continente com 18 e mais anos afirmem não ir gozar férias este ano.
Para já não falar de mais de meio milhão de desempregados, para quem férias e subsídio de férias são uma miragem, no tormento da sua vida diária