terça-feira, julho 04, 2006

ASSEMBLEIA MUNICIPAL APROVA EMPRÉSTIMO "TAPA-BURACOS"

BLOCO VOTA CONTRA DERIVA FINANCEIRA

A Câmara propôs à Assembleia Municipal a contracção de um empréstimo de até 465810 euros, classificado como sendo para "saneamento financeiro".
Este empréstimo veio evidenciar, uma vez mais, as enormes dificuldades financeiras da Câmara.
Como o Bloco já havia alertado, está demonstrada a incapacidade da autarquia para gerar excedentes. O próprio Director do Departamento de Administração Geral e Finanças do município reconhece que "dificuldades conjunturais também se reflectem na autarquia, cujos recursos financeiros pouco mais cobrem do que as necessidades de funcionamento.”

Ora estando a autarquia a consumir praticamente todos os seus recursos financeiros com as necessidades de funcionamento,
como pensa a gestão fazer face aos compromissos para com os seus credores?
UMA DÍVIDA ENORME
Sendo a divida actual de 5.034.625,33 € e estando ainda por facturar 2.560.168,12 € comprometidos, quando os diversos credores lançarem as respectivas facturas, rapidamente a Câmara estará com uma divida de 7.684.793,45 €. Isto partindo do pressuposto que todas as futuras aquisições serão pagas a pronto de pagamento, o que não é plausível.

Pelo caminho que a gestão financeira da autarquia vem tomando, estava mais que previsto, que a curto prazo se colocaria a necessidade de novo empréstimo para “saneamento financeiro”. Aqui temos de falar em saneamento financeiro entre aspas, pois que o que propuseram foi um mero expediente de cosmética, para acudir a uma situação mais urgente, e não como do empréstimo para saneamento financeiro aprovadono inicio da anterior mandato.
Nessa altura, tratou-se de facto de sanear a divida então existente, permitindo que o executivo, partisse de uma situação de dividas nulas, o que pressuporia uma gestão oposta à que na altura se criticava e se cria diferente.
UMA GESTÃO FINANCEIRA CAÓTICA
O que o PSD pediu à assembleia Municipal foi que abonasse a favor da gestão caótica da maioria do PSD, e portanto que dessemos o nosso voto favorável a esta deriva desastrosa e incompetente.

Todavia nós perguntámos:
não haveria outra possibilidade de ultrapassar esta situação?

Esta pergunta é tão pertinente, quanto é forçoso questionarmo-nos para onde vão os valores de receitas extraordinárias que a maioria do PSD tem arrecadado com a sucessiva venda ao desbarato de áreas de cedência obrigatórias em sede de PDM, com que tem presenteado os operadores imobiliários.

Se nos lembrarmos que o montante global recebido por áreas não cedidas, conforme aprovado na reunião camarária de 5 de Junho -- e só nessa! -- foi de 152.696 euros, todos reconhecerão que a nossa interrogação tem toda a pertinência.

O Bloco de Esquerda não pactua com esta politica financeira desastrosa, nem legitima esta acção a caminho do abismo. Daí termos votado contra contra o pedido de empréstimo solicitado.

Sem comentários: