Carlos Matias, deputado municipal do Bloco de Esquerda, foi um dos vários membros da Assembleia Municipal que participou, nesta segunda-feira, num debate sobre insucesso escolar.
O debate teve lugar na Biblioteca da Escola Secundária do Entroncamento e visava "motivar a participação dos jovens estudantes no Parlamento dos jovens". Além de deputados municipais de BE, PCP, PS e PSD, também participaram na iniciativa a Prof. Fátima Búzio, do Conselho Executivo e o Prof. Henrique Leal, Presidente do Conselho Pedagógico. Intervieram ainda dois alunos, a Sara e o Diogo, representantes das duas listas concorrente à Associação de Estudantes
A Comissão Eleitoral da Escola, entidade que organizou este debate, pretendia que ele constituísse "um momento de informação, reflexão e discussão sobre o insucesso escolar no ensino secundário. Segunda afirmava, "muito mais se pode fazer no intuito de contribuir para a colmatação desta problemática" .
O debate seria atentamente seguido por cerca de cinquenta estudantes e alguns professores.
DOIS CAMINHOS PARA O SISTEMA DE ENSINO: OU UNIVERSAL OU PARA AS "ÉLITES"
Carlos Matias começou por abordar as duas perspectivas possíveis para o sistema de ensino. Ou um sistema virado para as "élites" que, supostamente, irão "mudar a nação". Ou um sistema de ensino "universal e tendencialmente gratuito" com manda (e bem) a Lei de Bases do Sistema Educativo. Esta é a opção que democratiza o conhecimento, como factor de desenvolvimento social e económico.
Só que esta boa opção, fica frequentemente apenas na letra da Lei...
Continua a haver uma elevadíssima taxa (40%) de abandono escolar precoce e um elevado grau de insucesso escolar, dos piores da Europa. Para combater este quadro, não basta encontrar uns quaisquer culpados, como tendem a fazer as forças de direita -- sejam eles os alunos, sempre classificados de "rascas", ou os professores, acusados de "calaceiros".
TRÊS ORDENS DE RAZÕES PORQUE O INSUCESSO É GRANDE E O ABANDONO ELEVADO
A primeira é de ordem social e cultural. Os modelos socialmente promovidos associam os "vencedores" aos ricos e aos belos. A sabedoria e o conhecimento não são socialmente valorizados, sobretudo nos grandes meios da comunicação social de massas, como é a TV.
A segunda ordem de razões é política. Os governos do bloco central (PS e PSD), em vez de facilitarem o acesso ao ensino, tornam-no mais caro e mais inacessível. Dificultam a integração de minorias (imigrantes, ciganos, etc) e de sectores sociais mais desfavorecidos.
A terceira ordem de razões prende-se com as próprias escolas. Aí, é preciso facilitar e estimular a formação contínua dos professores. É preciso rejuvenescer o quadro docente. É preciso ligar mais as escolas às comunidades e promover a participação dos estudantes. Ora, muito pouco é feito neste sentido
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