quarta-feira, maio 02, 2007

OPINIÃO - UMA CARTA DE REINALDO AMARANTE

CARTA A CARLOS PAREDES

Amigo Paredes,

Os dedos da mão sobram para indicar as vezes que nos cruzamos. Desde “Os Verdes Anos” que te conheço. E admiro. Estive contigo quando tocaste no ISEF de Lisboa. Acompanhei-te no teu último concerto no Centro Cultural do Entroncamento.

Desde então, tenho sonhado. Foste o culpado. As notas da tua guitarra tem esse dom. Tornar possíveis os sonhos. Sonhei que esta terra onde escolhi viver desde há cinquenta anos, pudesse marcar esse momento. Dar o teu nome ao local onde tocaste pela última vez. Fiz o que pude. Escrevi. Sugeri. Falei com quem de direito. Os anos passaram. Carlos Paredes foi nome falado no “Rádio Clube do Entroncamento”, mais tarde “RCE-Rádio”, foi pretexto para artigo no “Notícias do Entroncamento”, nunca foi esquecido no “EOL – Entroncamentoonline”. Finalmente, no dia 30 de Abril de 2007, numa Sessão Ordinária da Assembleia Municipal do Entroncamento, o PS propõe o teu nome para o Centro Cultural, subscrito pelo BE e pela CDU.

Finalmente!

Mas outros ventos sopraram. A maioria absoluta PSD votou contra. Hipocritamente chamaram-te “Mestre”, reconheceram a grandeza da tua obra mas… não conseguiram ultrapassar a mesquinhez da sua partidarite. Tu, que foste homenageado pela Europa fora, que reuniste consensos a nível nacional, não passaste no Entroncamento. Perdeu o Entroncamento. Mas tu não perdeste.

Por cá, continuas a ter “em cada esquina um Amigo”. Para eles, a tua música virá sempre “nas asas da saudade”, e será sempre “canto do amanhecer, de trabalho, de embalar, de amor, de rua e de rio”. Para os outros, os que te recusaram, “os deputados de cu” (como diria Ramalho…), dedica-lhes a última faixa do teu CD “Canção para Titi”, precisamente a que foi gravada no Centro Cultural do Entroncamento, “Discurso”.

Reinaldo Amarante

2 comentários:

Anónimo disse...

Foi de facto ua chatice não se ter proposto o nome do grande vulto da cultura entroncamentense que dá pelo nome de Jaime Ramos que a esta hora ainda não deve saber, como no passado, quem foi Alves Redol, Lopes Graça e Soeiro Pereira Gomes. É de vultos do gabarito intelectual e cultural Jaime Ramos que a bancada do PSD gosta. Enfim....

Anónimo disse...

De facto, há gente muito pequenina.