segunda-feira, abril 07, 2008

PSD ISOLADO NA VOTAÇÃO NA CÂMARA MUNICIPAL

"ESTAS NÃO SERIAM AS NOSSAS CONTAS"
- afirmou o veredor do BE, para explicar o seu voto contra as Contas de 2007, na Câmara Municipal

As Contas de 2007 da Cãmara Municipal foram esta segunda-feira aprovadas pelo executivo, exclusivamente com os votos favoráveis do PSD. O Bloco e o Partido Socialista votaram contra o documento apresentado.
Henrique Leal, em nome do Bloco, enunciou resumidamente as razões para o BE reprovar a Gestão e as Contas, relativas ao ano passado

PAGAR MUITO, RECEBER POUCO
A análise das receitas nas Contas de 2007 demonstra a insensibilidade social de quem gere o município do Entroncamento. O aumento de 55,89% dos proventos, relativamente a 2006 e, nesse contexto, o aumento das receitas correntes e dos impostos, nomeadamente do IMT e do IMI, demonstram que este orçamento e estas contas não são as contas do Bloco de Esquerda.Propusemos, em sede de Orçamento, a diminuição dos valores das taxas do IMI e estas Contas demonstram que tínhamos razão, que era possível baixar aquele imposto e desonerar as famílias.

Por outro lado, o aumento substancial da receita na cobrança de IMT e dos impostos indirectos, como os que provêm das obras e loteamentos e da taxa de urbanização, demonstram, não apenas que o sector das transacções imobiliárias conheceu um considerável desenvolvimento no ano transacto, mas que a gestão do município do Entroncamento continua, em sede de receita, enfeudado ao sector do imobiliário e da construção civil. Por isso, também não é este o nosso Orçamento e também não seriam estas as nossas contas.

"ENGORDAR O PORCO", PARA AS ELEIÇÕES QUE AÍ VÊM
A análise da despesa evidencia a contenção ao nível do investimento e a criação de bases para o desenvolvimento de diversos projectos. Concluiu-se o Jardim de Infância Norte, ainda mexem as obras de remodelação dos Paços do Concelho e das instalações do DUOM. Convenhamos que é muito pouco, para quem tanto exigiu e exige dos munícipes.

Os munícipes têm vindo a ser privados de investimentos indispensáveis como, por exemplo, a pavimentação de ruas, planeada e orçamentada para 2007, mas não realizada. Transitou para o Plano de 2008, levando a uma concentração de trabalhos que nos levou a apelidar esse plano de "Plano do Alcatrão". Todos percebemos porquê. É a estratégia da engorda do porco, pronto para a matança em 2009, ano de eleições autárquicas.

2007 foi mais um ano em que se não deram os passos necessários para a concretização de infra-estruturas essenciais, como a recuperação do bairro Frederico Ulrich e a reabilitação do Parque da Liberdade, a nova Biblioteca, a Casa da Juventude, o Centro de Dia da Zona Sul, o alargamento da rede de transportes urbanos (que estava orçamentada e que se não realizou), a inadiável ETAR..., penalizando as populações.
O que nos é exigido, nomeadamente em matéria fiscal, não se tem traduzido na justa retribuição dos indicadores da qualidade de vida ao dispor dos cidadãos.

"CIRCO E ALCATRÃO": E O FUTURO CONTINUA ADIADO...
"Pão e Circo" na Roma imperial, "Circo e Alcatrão" é o que nos espera neste Entroncamento que era suposto ser social-democrata... Mais de metade do financiamento comprometido com a realização de actividades culturais em 2007 foi gasto nas festas da cidade, que consumiram mais de 181 mil euros do orçamento municipal. Se lembrarmos que o valor em orçamento era de 123.495 euros, fica por explicar esta insensata derrapagem. É que em 2007, com a Biblioteca Municipal, que os munícipes utilizam todos os dias, gastou-se 20 vezes menos do que nos escassos dias das festas da cidade.
Também não é este o nosso Orçamento, também seriam outras, certamente, as nossas contas.Por isso votamos contra.


Sem comentários: