domingo, abril 13, 2008

ENTRE AMIGOS

MUSICOS DO MÉDIO-ORIENTE
ESTIVERAM NO ENTRONCAMENTO

Os músicos iraquianos Wesam Ayub e Ehad Al-Azzawy (na foto) e o palestiniano Marwan Abado estiveram neste domingo, à conversa com a comunicação social e alguns amigos, no Café da Praça, mesmo no centro do Entroncamento. Vieram acompanhados de José Mário Branco e de outros membros portugueses do Tribunal do Iraque
Considerados grandes músicos em toda a Europa, os três estão exilados devido à situação grave nos seus países. Os dois iraquianos vivem com as famílias na Holanda, longe do seu país, ocupado pelos norte-americanos e pelos britânicos. O palestiniano Marwan Abado já nasceu num campo de refugiados no sul do Líbano e vive agora em Viena de Áustria.
Durante cerca de uma hora contaram as suas vidas e deram conta do sofrimento por que passam os seus povos. Foi particularmente abordada a situação do Iraque, "onde existe o único governo no mundo que defende a ocupação por tropas estrangeiras do seu próprio país".

TUDO PIOROU NO IRAQUE, DURANTE OS 5 ANOS DA OCUPAÇÃO
Para explicar como pessoas comuns vivem hoje no Iraque, Wesam Ayub --- que não se considera um político, mas um simples músico --- pediu que se imaginasse como seria hoje, no Entroncamento, viver sem electricidade, sem água, sem comida e sem medicamentos. Números oficiais dão conta que 70% da população não tem água potável e 80% não tem esgotos. Só há electricidade 2 horas por dia.
"O Iraque está hoje ainda pior do que no tempo do ditador Sadam Hussein... Tudo piorou desde a ocupação. Tamos um governo fantoche, manipulado pelos americanos, como uma marioneta" --- sublinhou.
Perguntado sobre as guerras entre sunitas e chiitas, Wesam Ayub disse que, antes da ocupação não existia qualquer problema: "Eu sou sunita, e sou casado com uma curda; o meu filho, também sunita é casado com uma chiita... nunca tivemos problemas de convivência religiosa. A guerra civil é uma mentira. O que há é a luta contra o ocupante".
Mais de 1 milhão de iraquianos foram mortos desde que começou o genocídio, com o início da ocupação norte-americana. O Iraque é hoje o primeiro país no mundo em número de refugiados: 2,5 milhões no interior e 2,2 milhões por todo o mundo. Os mortos e os refugiados atingem perto de um quarto da população iraquiana

O EOL fez a cobertura desta conversa. Pode aceder aqui a esse trabalho.

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