sábado, novembro 25, 2006

EM MAÇÃO TAMBÉM SE MARCHA

E A MARCHA PASSOU...CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Este domingo, em Mação, o Dia Internacional Contra a Violência Doméstica foi assinalado com uma Marcha, aberta a quem quisesse participar.
Refira-se que Mação é um concelho onde é muito frequente a ocorrência de violência doméstica no interor das famílias
O dia 25 de Novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres --- nome exacto da íniciativa a nível mundial mundial --- foi proclamado pela ONU em 1999. Em Portugal, só nos primeiros seis meses de 2006, foram registados mais 1500 casos de violência doméstica, do que no mesmo período do ano passado
Em Mação, a Marcha partiu dos paços do concelho, às 10 horas e chegou junto à igreja matriz, cerca do meio-dia. Tratou-se de uma iniciativa interessante do Grupo de Trabalho da Violência Doméstica, integrado da Rede Social de Mação.
Segundo o jornal Público, desta segunda-feira, para que a passagem da Marcha fosse bem notada, o Grupo Organizador fê-la acompanhar pela música da Banda Filarmónica União Maçaense. Ouvida por Manuel Fernandes Vicente, do Público, Célia Pires, psicóloga da autarquia e dinamizadora da iniciativa, esclareceu que a ideia era "fazer barulho e chamar a atenção para este problema". Pelos vistos, conseguiu.

CGTP OPÕE-SE TODA A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES

Ao mesmo tempo que afirma a sua determinação de lutar face à violência doméstica, a CGTP considera que, embora esta seja a expressão de violência mais mediatizada e susceptível de maior indignação (face à opinião pública e à atenção das autoridades governamentais), urge denunciar e combater outras formas de violência:

- A violência social que, fora do ambiente doméstico, submete as mulheres a constrangimentos, a discriminações, a desigualdades de oportunidades de acesso ao emprego ou que as atira para a prostituição, tornando-as presas fáceis dos traficantes da indústria do sexo (um estudo da ONU denuncia que as vítimas de prostituição e tráfico sexual são, na sua maioria esmagadora, desempregadas e sem condições económicas de subsistência, oriundas de países muito pobres ou pobres. A OIT estima que sejam 2,45 milhões de vítimas em todo o mundo).
- A violência no local de trabalho, onde não são praticados salários iguais para trabalho de valor igual; onde o assédio sexual é prática tantas vezes silenciada; onde os despedimentos de mulheres grávidas são feitos à revelia da legislação em vigor; onde as mulheres permanecem nos últimos degraus do acesso aos cargos de decisão; onde, nalgumas profissões, a exigência “de boa aparência” é critério para discriminação indirecta.
- A violência política dos que, tendo o poder, teimam em não legislar em ordem à despenalização da interrupção voluntária da gravidez, continuando a empurrar as mulheres para a prática do aborto clandestino, com consequências nefastas para a sua saúde sexual e reprodutiva e a sua vida privada.
- A violência racial, que penaliza as imigrantes, em função da cor da pele, da etnia, do grupo de pertença; que marginaliza milhares de mulheres e que, de forma cruel, as relega como “seres inferiores”, face aos padrões da cultura dominante e do poder autoritário e intolerante.

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