segunda-feira, julho 07, 2008

ESTA SEGUNDA-FEIRA, A CÂMARA DECIDIU POR UNANIMIDADE

RESIDENTES VÃO PASSAR A ESTACIONAR DE BORLA E SEM LIMITE TEMPORAL
O PSD APRESENTOU EM SEU NOME UMA PROPOSTA DO BE, SOBRE O ESTACIONAMENTO, APENAS QUINZE DIAS DEPOIS DE A REJEITAR VIOLENTAMENTE

A Câmara Municipal aprovou por unanimidade uma proposta do PSD para que os residentes na zona de estacionamento taxado, no centro da cidade, deixassem de ter limites temporais ao parqueamento automóvel. Desta forma, estes residentes ficarão em iguais circunstâncias a todos os outros munícipes, que não pagam para estacionar à porta de casa.
Para trás ficou, hoje, uma proposta do PS que mantinha os limites temporais de estacionamento pago pelos os residentes, embora em períodos mais reduzidos
Dá-se, porém, o caso da proposta aprovada já ter sido apresentada pelo Bloco de Esquerda na anterior reunião do executivo municipal. Só que, nessa altura, a mesma proposta foi chumbada pela maioria absoluta do PSD.
Na altura, numa contundente declaração de voto, o vice-presidente (PSD) da Câmara justificou o voto negativo do seu partido: “Votamos e votaremos sempre contra a demagogia e o oportunismo político de quem não quer resolver problemas e assumir decisões” --- afirmou Luís Boavida, cheio de bazófia. E acrescentou: “A proposta de criação do cartão de residente é nossa, e ninguém antes a propôs, fizemo-la tendo em atenção um conjunto de dados relevantes para que não se colocasse em causa todo o processo de estacionamento na zona.
No interior da denominada zona de estacionamento de superfície de duração limitada taxada do Entroncamento existem 756 fogos e mais de 200 espaços de comércio e serviços. Os lugares disponíveis e alvo de taxação na mesma zona são 249. Se 50% dos fogos requisitassem cartão para uma viatura e nos moldes pretendidos pelo BE para que serviria o estacionamento?”.
Aparentemente, a pergunta --- que até será pertinente --- não teria resposta positiva. No entanto, surpreendentemente, apenas quinze dias depois e sem responder à sua própria pergunta, o PSD apresenta a proposta do BE como sua e, com uma conversa esfarrapada, aprova-a.

O PSD "METEU A VIOLA NO SACO"
O episódio é revelador da arrogância e da inconsequência da gestão do PSD, na Câmara Municipal do Entroncamento. O “sempre” de Luís Boavida afinal só durou quinze dias…
Mas, afinal porque inviabilizou o PSD a proposta do BE na anterior sessão de Câmara? Afinal, se metade dos residentes solicitar o cartão nos termos da proposta, para que serve afinal o estacionamento tarifado? Como é que esta equação se resolve?
Como é que o PSD, depois de ter inviabilizado em termos violentos uma proposta do Bloco que parecia justa e adequada, vem na sessão seguinte, com idêntica proposta na mão, solicitar o apoio do Bloco para ela?
O que é que se alterou desde então? Que novos factos se manifestaram? Que outras razões foram bastantes para que o PSD plagiasse uma proposta que antes condenara de forma tão contundente? Ou será que uma proposta é má se apresentada pelo BE e óptima quando apresentada pelo PSD?
O paradoxo, terrível para o PSD, foi ter de engolir o que o antes debitara, ter de votar na própria demagogia e no próprio oportunismo político.
Pela parte do Bloco de Esquerda, coerentemente, votaremos sempre naquilo que nos parece ser, ontem como hoje, o melhor interesse da autarquia e dos munícipes. Seja quem for que apresente a proposta. Deixamos a “politiquice” rasca para o PSD.

1 comentário:

Anónimo disse...

Todos temos a noção de que a atitude do PSD do Entroncamento em recusar a proposta do BE e, volvidos alguns dias, tomá-la como sua e votá-la favoravelmente, é uma forma de estar na política que, desgraçadamente para os portugueses, é transversal ao espectro partidário e nem sequer merece a pena alguém atirar a primeira pedra, porque o empirismo da vida política portuguesa diz-nos que são mais os vidros do que os telhados!
Não posso deixar de fazer um reparo ao BE do Entroncamento: tivessem eles recusado a primeira proposta do PSD e, agora, poderiam afirmar, com toda a contundência, quem sempre teve razão.
Ao não fazê-lo, não obstante as explicações dadas, ficaram ligados a este fenómeno que é uma proposta ser aprovada por unanimidade e, poucos dias volvidos, uma outra proposta, crítica da primeira, ser aprovada, também, por unanimidade!
Já sabia que as conformidades gerais de opiniões de votos - unanimidade - eram perigosas, agora fiquei a saber que podem, também, ser ridículas!