sábado, fevereiro 16, 2008

CONFERÊNCIA DE IMPRENSA DO SEC. DA COORDENADORA DISTRITAL

A AUSÊNCIA DE DEMOCRACIA
FAVORECE AS MÁS SOLUÇÕES

António Gomes e Carlos Matias, em nome da Coordenadora Distrital do Bloco, demarcaram-se da opção pela localização do Parque Negócios do Médio Tejo, entre Torres Novas e Alcanena. O Bloco considera não ter havido uma discussão aprofundada e democrática que validasse essa opção. Para esse debate, que foi cerceado pelas vistas curtas de autarcas do PS e do PSD, o Bloco apresentou como a alternativa a construção do Parque de Negócios na zona central do Médio Tejo.
Transcrevemos de seguida o Comunicado de Imprensa distribuído aos jornalistas.

Nos próximos anos, pelas suas características e pelo seu alargado prazo de aplicação o QREN (Quadro de Referência Estratégico Nacional) é um instrumento fundamental para o desenvolvimento do Pais, seja qual for a região.
Um dos critérios fundamentais para que os projectos possam ter financiamento do QREN é a sua intermunicipalidade. Os projectos a serem apresentados pelas autarquias têm que ser do interesse de vários municípios.
Trata-se de uma alteração radical relativamente ao passado, um corte com as politicas de quintal que a generalidade dos autarcas tem prosseguido, apoiados pelos vários Governos. Ao olhar para o seu próprio umbigo, os autarcas têm impedido o desenvolvimento harmonioso e sustentado das várias regiões.
Este critério obriga autarcas dos vários municípios a conversarem, a olharem-se nos olhos e encontrarem soluções de interesse comum e de dimensão regional. As populações sairão a ganhar destes processos.

DECISÃO TOMADA ENTRE QUATRO PAREDES
Sabe-se agora que a Junta da CUMT decidiu criar uma zona logística na área envolvente da A1 com a A23 concelhos de Torres Novas e Alcanena.
Facilmente se verifica que se situa numa das extremidades da sub-região do Médio Tejo, inacessível ao transporte ferroviário e uma zona já de si muito congestionada do ponto de vista rodoviário.
Para o Bloco de Esquerda uma má solução.
A forma como foi encontrada esta opção deve merecer de todos --- autarcas, empresários, sector do ensino, população em geral ---- alguma reflexão.

PERGUNTAS SEM RESPOSTA
Porque não debateu esta proposta ou outras a Assembleia da CUMT?
Quantas Assembleias Municipais das 11 que fazem parte, foram chamadas a discutir o futuro desta região?
Que envolvimento tiveram os agentes económicos e o sector do ensino nesta decisão?
Que esforço fez a junta da CUMT para que as populações fossem informadas e envolvidas numa decisão que a elas diz respeito?
Quem prestará contas das decisões tomadas, boas ou más?

A falta de legitimidade democrática dá para tudo, decide-se o que a alguém interessa, porque não têm que prestar contas a ninguém.

HAVIA ALTERNATIVA
Em Julho de 2007 o Bloco de Esquerda enviou à CCDRLVT, à CUMT, ás Assembleias e Câmaras Municipais e ao Instituto Superior Técnico de Tomar, uma proposta de concentração de investimento para a criação de uma Parque de Negócios de dimensão significativa, a ser localizado na zona central do Médio Tejo, eventualmente entre os concelhos de Tomar e Vila Nova da Barquinha.
A experiência negativa do CHMT; a necessidade de projectos de dimensão significativa para poder ter capacidade de atracção; a maior proximidade das rotas ferroviárias; a equidistância em relação aos maiores centros populacionais da região, a ligação aos pólos do ensino superior; a preocupação com o ambiente e necessidade de criação de emprego qualificado --- são aspectos que, globalmente, justificam a proposta do Bloco de Esquerda e deveriam ser tidos em conta.

Esta proposta era um contributo para o debate, na procura da melhor solução, e estamos convictos da sua oportunidade e da sua razoabilidade.
Lamentavelmente, porém, não mereceu a atenção dos responsáveis.
O BE lamenta a decisão tomada e lamenta ainda mais o processo que levou à opção conhecida.
Sem democracia, o progresso e o desenvolvimento não estão garantidos.


Foto da Conf. de Imprensa, por Nuno Matos

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