segunda-feira, fevereiro 25, 2008

ADMINISTRAÇÃO DA CP ALINHA COM A POLÍTICA DO GOVERNO

CP QUER FECHAR O INFANTÁRIO !
A CP enviou cartas aos pais das crianças que frequentam o infantário da CP, no Entroncamento, anunciando-lhes o encerramento do estabelecimento em Agosto, no final do ano escolar. Os pais são trabalhadores da CP e de outras empresas do grupo, como a Refer e a Emef.
Cartas idênticas estão a ser enviadas aos pais das crianças que frequentam os infantários da CP, no Barreiro e na Parede (Cascais). Ao todo serão cerca de 150 crianças que ficarão sem infantários a preços muito baixos, 55 das quais na nossa cidade. A administração da CP fala, no entanto, num total de apenas 97 crianças.
O infantário do Entroncamento destaca-se pela elevada qualidade das suas instalações e equipamentos, onde a CP investiu cerca de 250 mil euros, ainda não há dois anos. Tem uma equipa de oito profissionais experiente e motivada --- pelo menos, motivada até ao final da semana passada, quando soube do anúncio do encerramento do infantário.

O deputado municipal do Bloco de Esquerda Carlos Matias denunciou publicamente esta situação na reunião da Assembleia Municipal do passado sábado. Carlos Matias assinalou e condenou este ataque aos direitos sociais dos ferroviários. O Secretariado do Bloco de Esquerda já analisou o caso e irá tomar algumas iniciativas.

ARGUMENTAÇÃO CÍNICA PARA JUSTIFICAR O ROUBO DE DIREITOS
O argumento apresentado pela CP para o encerramento dos infantários é que os pais destas crianças seriam uns priveligiados em relação aos restantes ferroviários, com filhos em idade pré-escolar mas sem acesso aos equipamentos da empresa. E vai daí, quer fechá-los todos e dar aos pais um subsídio entre 55 e 85 € (este para quem ganha menos de 180 contos por mês). Eles depois que despachem os filhos para os estabelecimentos publicos --- que não têm vagas --- ou para privados, que cobram entre 250 a 300 euros por cada um.

A EMPRESA TEM RESPONSABILIDADES PERANTE OS TRABALHADORES
O Bloco de Esquerda está contra o encerramento do infantário da CP, no Entroncamento.
É uma infraestrutura essencial no apoio aos pais ferroviários e uma remuneração indirecta que a administração quer deixar de pagar. As empresas têm responsabilidades sociais e perante os seus trabalhadores, que não têm o direito de alienar.
O argumento de que a CP não tem vocação para gerir infantários é falacioso: até agora funcionaram bem e a empresa revelou-se perfeitamente capaz de os gerir. Que continue a fazê-lo.
Finalmente, é inadmíssível que uma empresa pública, com administração nomeada por um governo dito "socialista", dê o mau exemplo e lance no desemprego oito trabalhadores, ao abrigo do código laboral de Bagão Félix, por "extinção do posto de trabalho".

2 comentários:

Anónimo disse...

triste pais o nosso governado por um partido pseudo socialista! esta é mais uma das medidas ,por parte de uma empresa do estado que visam incrementar o aumento da taxa de natalidade!deixo uma pergunta quem beneficiou com os 250000 euros gastos nas obras do infantário?

cicuta disse...

O primeiro ministro veio prometer a criação de mais creches. Era bom se tivesse alguma intensão de cumprir!

Ora vejamos, uma das creches modelo deste pais, foi criada à mais de 50 anos com o objectivo não só de dar ao pais a segurança de terem os filhos perto, mas também com o objectivo de 'pender' cérebros tão necessários à instituição, criada pelo espírito visionário de um homem que apesar da época, viu mais longe e com mais sensibilidade social do que os governantes actuais e que foi um dos fundadores do LNEC, Eng. Manuel Rocha.

Esta creche muitas vezes apresentada pelos meios de comunicação social como creche modelo e utilizada na produção de peças jornalísticas sobre o tema da educação pré-escolar, vai fechar a 30 de Junho por imposição governamental, do mesmo governo que diz abrir novas creches e apoiar as creches nas empresas. Nem como medida economicista se justifica pois esta feitas as contas na sua totalidade sai mais barata ao Estado do que o seu fecho, a única justificação é a criação de dificuldades aos funcionários que leve à insatisfação e consequente propostas de saída da administração que para reformas antecipadas, muito mais baratas, quer com proposta de saídas para a mobilidade (que é um buraco negro de onde nenhum funcionários sairá). Só que esta estratégia numa instituição como o LNEC como é evidente é suicidaria, será que o governo está mesmo interessado na manutenção do LNEC com pessoal competente e satisfeito com o seu trabalho?

Isto não invalida que a gestão deste equipamento (creche) não necessitasse de uma reformulação que poderia levar à economia de alguns recursos que por ventura podiam estar a ser mal geridos, seria essa a medida correcta.