sexta-feira, maio 16, 2008

EMPRESAS COM "UNHAS DE FOME" PARA QUEM TRABALHA

FERROVIÁRIOS COM 2,1% DE AUMENTOS SALARIAIS
Os sindicatos ferroviários afectos à CGTP aceitaram os parcos 2,1% de aumentos salariais que lhes foram propostos pelas administrações das várias empresas do Grupo CP, como a EMEF.
Neste último caso, o acordo terá sido assinado na última quinta-feira. O pequeno aumento foi aceite após um dia de greve (no último dia 6)cumprido na EMEF com uma adesão elevada, mas que, ainda assim, não terá motivado os dirigentes sindicais para tentarem arrancar maiores aumentos salariais. A excepção terão sido alguns sindicalistas ferrovíários do norte do país, mais reticentes, mas cujas reservas ao acordo não tiveram quaisquer consequências.
Para prémios de produtividade, ajudas de custo, deslocações e condução a actualização é de 2,4%.
Para os ferroviários, 2008 será mais uma ano a perder poder de compra.

2 comentários:

Anónimo disse...

“A excepção terão sido alguns sindicalistas ferroviários do norte do país, mais reticentes, mas cujas reservas ao acordo não tiveram quaisquer consequências.” Citado, da noticia, do “Via Esquerda”.

O que faz falta?
O que faz falta é uma estratégia que leve “os reticentes” a deixarem a sua posição de vacilação, as suas dúvidas e os auxilie a darem os passos certos.
Uma estratégia, que dê consistência à necessária e urgente resistência à forte ofensiva do capital, o qual conta como “ponta de lança”, com acção do governo do PS, que tem pretendido quebrar a oposição dos trabalhadores, com as mais diversas iniciativas, que vão desde o ataque aos trabalhadores da função publica, de quem têm procurado dar uma imagem de calaceiros e incompetentes, até à desqualificação dos professores.
Há que lembrar que esta ofensiva contra o mundo do trabalho teve a sua continuidade com o congelamento de salários e progressões nas carreiras profissionais, práticas que foram de imediato copiadas pelo restante patronato, o qual tem procurado continuamente degradar os magros salários dos trabalhadores, impondo-lhes aumentos salariais abaixo da inflação e em contra partida pagando, cada vez mais generosamente aos gestores de topo das empresas. Veja-se a título de exemplo os casos das administrações da PT e da EDP, em que os administradores foram “brindados” com prémios de cerca de 5 milhões de euros e aumentos de 118%, respectivamente, em contraponto com os aumentos de 1,7% (média) na PT e 1,8% na EDP. A este propósito terá afirmado o presidente do CA da EDP: “Sobre o aumento de 118%? Não me queixo…”. O ar de gozo – um desprezível ar de superioridade mesquinha – perante as enormes dificuldades de sobrevivência da maioria da população, torna estes actos ainda mais ignóbeis e impõem-nos uma acção de denúncia e combate persistente contra o capitalismo. Com a, e da, nossa luta havemos de criar as bases para libertar o trabalho da canga que o capital nos quer impor.
Para isso há que dar os passos certos, ainda que de início titubeantes, alguns inclusive erróneos, mas coerentes e em partilha com todos os que procuram resistir, quando o “mais certo” parece ser ceder. Nesse caminho temos de nos ajudarmos uns aos outros, e no caso dos “reticentes” empenhando-nos no esclarecimento mutuo que nos dê novas alternativas, as quais permitam o reforço da nossa consciência de classe e possibilitem novos patamares de resistência.

Luís Grácio

Anónimo disse...
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