O MIRANTE ERROUNa sua última edição da Lezíria do Tejo, O Mirante publica uma notícia relativa ao Bloco de Esquerda e à Câmara de Salvaterra de Magos, com direito a manchete ao alto da primeira página. O inusitado facto de algo referente ao Bloco de Esquerda merecer uma manchete nesse semanário levou-nos a analisar atentamente a matéria noticiada e que, para o jornal, mereceu tão relevante destaque.
A manchete é sugestiva. Tem é um problema: é falsa.
As primeiras eleições autárquicas em que Ana Cristina Ribeiro concorreu pelo Bloco de Esquerda foram em 16 Dezembro de 2001 --- facto facilmente comprovável. Foram, portanto, muito posteriores às pequenas empreitadas executadas para Câmara de Salvaterra de Magos pelo construtor mencionado na notícia, em 2000 e 2001. As tais empreitadas que, supostamente, seriam a compensação pelo facto do empreiteiro ter participado em listas do Bloco de Esquerda… numas eleições que só viriam a ter lugar bastante depois!
Escrever em manchete que “Câmara de Salvaterra contrata empreiteiro que fazia parte das listas do Bloco de Esquerda” não corresponde, pois, à verdade. Nem poderia corresponder, como resulta do simples exercício de verificação das datas.
Lamentavelmente, neste caso, um jornal com as responsabilidades de O Mirante ao rigor preferiu a facilidade de enfileirar no teor da denúncia anónima que deu origem a uma investigação da IGAT --- investigação essa que se limitou a identificar uma irregularidade processual, sem mais consequências.
Mais estranhamente ainda, nem o anonimato da denúncia, facilmente identificada com a campanha suja regularmente conduzida contra a presidente da Câmara de Salvaterra de Magos, alertou os responsáveis do jornal.
Aparentemente, pelo destaque que O Mirante deu à matéria, além de lhes baixar a guarda na defesa do rigor jornalístico, ainda os terá levado a fazer o que nunca deveria ter acontecido: publicar uma afirmação factualmente errada, em letras garrafais, ao alto da primeira página.
Lamentável.
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