"COM SÓCRATES, O PAÍS ESTÁ A ANDAR PARA TRÁS"
Francisco Louçã respondeu, na tarde de domingo, à interpelação de Sócrates, acusando-o de fazer o país andar para trás. O Orçamento de Estado é mais um passo nesse retrocesso.
"O país não são os números do Orçamento, nem o défice, o país são as pessoas" -- sublinhou o coordenador da direcção nacional do Bloco, falando para a sala da Alcaidaria do Castelo completamente cheia.
"O país anda para trás quando as pessoas têm de pagar a energia eléctrica muito mais cara, unicamente para aumentar os lucros da operadora e ela valer mais quando for completamente vendida e, assim, quem a comprar assegurar lucros fabulosos.
(...) Pelo facto de a energia eléctrica não ter aumentado este ano, para o ano as famílias vão pagar juros, em nome de uma dívida que não contraíram", acusou Louçã. "O país também está a andar para trás quando as pessoas são penalizadas pelo facto de estarem doentes. Pagar taxas para fazer uma cirurgia é uma inadmissível quebra da solidaiedade para com os mais fracos. Os doentes têm o direito de serem tratados com o dinheiro pago pelos impostos de todos, é o todos por um!", sublinhou Louçã.
O dirigente do Bloco abordou ainda a necessidade de um grande envolvimento de todos e todas na campanha pelo sim à despenalização do aborto. "Não pode acontecer como há já oito anos e meio, em que a abstenção ajudou a que mulheres continuem, até hoje, a suportar a indignidade de julgamentos e a arriscarem 3 anos de prisão, por abortarem". Finalmente, Francisco Louçã convidou todas e todos para que adiram ao Bloco e, assim, reforçarem a intervenção desta corrente socialista.
ÂNGELA REIS E GUILHERME PINTO: DUAS VOZES TORREJANAS
A sessão contou ainda com duas outras intervenções.
Ângela Reis (na foto), do secretariado local, dirigiu-se especialmente aos jovens e em particular aos jovens estudantes. Acusou o governo de manter nas escolas superiores currículos que não os preparam para a vida profissional e, por outro lado, não abrir perspectivas de trabalho a quem acaba um curso.
Sublinhou a importância de todos e todas as jovens se dirigirem já às Juntas de Freguesia e procederem ao seu recenseamento, única forma de em Janeiro poderem votar pelo "sim" no referendo pela despenalização do aborto.
Por seu lado, Guilherme Pinto -- que foi o cabeça de lista à Câmara de Torres Novas, pelo Bloco --- fez um balanço do mandato calamitoso do PS, à frente da Câmara torrejana. Acusou António Rodrigues de estar a agravar a pesada dívida da autarquia e só executar obras de fachada, à excepção da recuperação do Cine-Teatro Virgínia.
DOMINIQUE VENTURA, "AQUELE RAPAZ" DO ENTRONCAMENTO
Na sessão do Bloco, na tarde de domingo, em Torres Novas, marcaram presença muitas pessoas do Entroncamento que foram até à cidade vizinha. Mas, a presença mais notada foi, naturalmente, a de Dominique Ventura, que abriu a sessão com as suas canções.
O Dominique cantou --- bem, como sempre --- e surpreendeu muita gente, inclusivamente alguns dos jornalistas presentes. Primeiro, escutavam atentamente, depois, perguntavam "quem era aquele rapaz". Agora já sabem.
domingo, outubro 29, 2006
NA TARDE DE DOMINGO, FRANCISCO LOUÇÃ COM SALA CHEIA, EM TORRES NOVAS
ASSEMBLEIA MUNICIPAL TOMA POSIÇÃO SOBRE A REDE DE URGÊNCIAS HOSPITALARES

Entre os vários assuntos debatidos na sessão de sexta-feira da Assembleia Muncipal, destacou-se a proposta governamental de reformulação dos serviços de urgência, reduzindo a oferta em Torres Novas e Tomar.
O debate foi muito vivo, acabando por ser aprovada uma única Moção com base no texto apresentado pelo Bloco, com alguns acrescentos aí inseridos pela CDU.
O texto final, apesar de algo contraditório, mantém a defesa de importantes princípios por que se deverá reger a organização dos serviços de saúde, razão por que o votámos favoravelmente. Aliás, o documento seria aprovado por unanimidade.
Transcrevemos ma íntegra a posição da Assembleia, apenas retirando os considerandos e colocando em itálico o texto acrescentado pela CDU à versão inicial do Bloco.
"(...) A Assembleia Municipal do Entroncamento pronuncia-se em defesa do seguinte conjunto de pontos:
1. Reafirma que deverá ser assegurada a complementaridade entre os 3 pólos do CHMT, com distribuição equilibrada pelos três pólos das diversas especialidades, de acordo com critérios objectivos e transparentes e sem diminuição da actual oferta de serviços;
2. Seja qual for a localização dos serviços de internamento de cada especialidade, deverá manter-se a oferta de consulta externa dessas especialidades nos 3 pólos hospitalares, garantindo a proximidade aos utentes e facilitando a acessibilidade dessas consultas;
3. Seja qual for a localização dos serviços de internamento das principais especialidades (medicina, cirurgia, pediatria, ortopedia e obstetrícia-ginecologia) deverão ser instaladas pequenas unidades de internamento dessas especialidades nos outros dois pólos do CHMT, de forma a possibilitar a transferência dos doentes para a área mais próxima da sua residência, logo que a sua situação clínica o permita;
4. Relativamente aos cuidados de urgência/emergência deverá ser reforçada a capacidade, o número e o nível dos recursos instalados num dos pólos hospitalares, nomeadamente quanto aos meios de reanimação, blocos cirúrgicos e restantes valências de uma urgência médico-cirúrgica.
5. Os outros dois pólos hospitalares deverão manter e melhorar os serviços de urgência actualmente disponíveis, sem desqualificação das actuais urgências gerais;
6. O Centro Hospitalar do Médio Tejo deverá ser globalmente considerado como Serviço de Urgência Médico-Cirúrgica na rede de serviços de urgência;
7. Deverá ser melhorada a articulação do CHMT com os Centro de Saúde e acelerada a reforma do seu funcionamento, no sentido de alargar o acesso aos seus serviços;
8. Reafirma que deverá ser garantido aos doentes o princípio do retorno, isto é, a porta de entrada no CHMT deverá ser a porta de saída, excepto se o doente optar por outra."
Nota: inseriremos nos próximos dias informação relativa aos restantes pontos
debatidos pela Assembleia Municipal
INTERVENÇÃO DE CARLOS MATIAS NA ASSEMBLEIA DA COMUNIDADE URBANA

Por iniciativa do Bloco de Esquerda, a Assembleia da Comunidade Urbana do Médio Tejo, realizada no Sábado em Tomar, analisou o Programa Nacional da Política de Ordenamento do Território (oPNPOTP). Ao contrário do que seria desejável e expectável pela importância e complexidade do assunto, a Mesa (PSD) da Assembleia não convidou nenhum especialista para apresentar o Plano, limitando-se a dar a palavra à Assembleia.
Carlos Matias, em nome do Bloco, fez uma análise ao Plano, considerando-o, genericamente, um trabalho de grande alcance estratégico, grande valia e interesse. Igualmente valorizou positivamente o debate público que tem gerado.
No entanto, concretamente, no que diz respeito ao Médio Tejo, Carlos Matias considerou"o PNPOT é francamente limitado, falho de ideias e de ambição. Faz-nos 3 referências explícitas, no contexto genérico das Opções para o Desenvolvimento do Território do Ribatejo e Oeste.
Partindo do princípio de que o contributo da indústria para o VAB da região não deverá vir a crescer além dos actuais 20%, o relatório aponta como principais dinamizadores do desenvolvimento, o turismo, os transportes e as funções logísticas --- embora, neste particular, logo se adiante que estas acabarão por não se poder afirmar “ pelo fraco peso específico das regiões do interior a que se ligam os eixos que aqui têm a sua origem”. Restar-nos-ão, portanto, os transportes e o turismo.
Porém, logo a seguir e contraditoriamente, uma das opções apontadas para o desenvolvimento da região "passará por valorizar o potencial de localização de actividades logísticas"…
E O TEJO?
O rio Tejo e a sua bacia, enquanto factores muito específicos e estruturantes da nossa região, não existem no PNPOT.
Que ideias para a sua valorização, de um ponto de vista do longo prazo? E que valia estratégica tem a água, na nossa região, a captada e a armazenada, enquanto factores indutores do desenvolvimento intra-regional? São perguntas sem resposta no PNPOT.
Eliminado o Médio Tejo da vasta zona litoral competitiva a nível internacional (página 124 do relatório) restar-nos-ia, segundo o PNPOT, o papel secundário de “primeira periferia do centro”.
MÉDIO TEJO FORA DO DESENVOLVIMENTO ESTRATÉGICO DO CAMINHO DE FERRO
A nosso ver, existe,uma clara subavaliação do papel estruturante e estratégico do caminho de ferro, quase limitado ao eixo Lisboa-Porto e em articulação com a alta velocidade.
Não se fala na requalificação da rede ferroviária tradicional e omite-se ou, com boa vontade, subavaliam-se os enormes aspectos económicos do sector ferroviário na economia da nossa região, relegados para uma vaga referência ao sector dos “Transportes”.
O polígono Tomar -Torres Novas – Entroncamento – Abrantes veria a sua coerência reforçada é certo, mas a sua vocação é indefinida e, de concreto, apenas se perspectiva um pólo industrial Abrantes - Ponte de Sôr.
REJEITAR O CONFORMISMO
Não creio que nós, autarcas do Médio Tejo, nos devemos conformar com o lugar um tanto apagado para que o PNPOT nos remete no todo nacional. Antes teremos de afirmar a capacidade da nossa região, abrir e ajudar a abrir caminho a novas oportunidades, na economia, no conhecimento e na sociedade.
Por outro lado, o papel secundário que á região é atribuído no PNPOT deverá fazer-nos reflectir --- a todos --- sobre o que tem falhado na afirmação global da nossa região, como um pólo atractivo, moderno e capaz de ombrear com os mais desenvolvidos. Estão implícitas no PNPOT uma crítica e um desafio que não podemos ignorar."
quinta-feira, outubro 26, 2006
ASSEMBLEIA MUNICIPAL REÚNE 6ª FEIRA

URGÊNCIAS HOSPITALARES EM AGENDA
A Assembleia Municipal reúne extraordináriamente sexta-feira à noite, com 4 pontos em agenda.
Para além da análise do mapa das urgências hospitalares proposto pelo governo, a Assembleia Municipal irá ainda debruçar-se sobre outras 3 propostas, todas com origem no executivo camarário.
Na primeira, é proposta a majoração de 30% na taxa do IMI, a aplicar aos imóveis urbanos degradados.
É proposta também uma alteração do Regulamento do Mercado, no sentido de o respectivo horário de funcionamento no futuro poder ser alterado unilateralmente pela Câmara. A ideia é, para já, aplicar a decisão camarária de encerramento às segundas-feiras.
Finalmente, será ainda analisada e votada a concessão dos sistemas de pagamento dos lugares públicos de estacionamento pago.
ASSEMBLEIA DA COMUNIDADE URBANA REÚNE SÁBADO
Esta reunião terá lugar, como habitualmente, no edifício da Câmara Municipal de Tomar e tem dois objectivos. Em primeiro lugar debaterá e aprovará o orçamento e o plano de actividades para o próximo ano. Depois, por iniciativa do Bloco de Esquerda, debaterá o Programa Nacional de Políticas de Ordenamento do Território (PNPOT), cujo prazo de debate público, em curso há vários meses, terminará... três dias depois.
domingo, outubro 22, 2006
VIADUTO DA A23: AGORA A "ESTRADAS DE PORTUGAL" JÁ VAI FAZER UNS PASSEIOS
EM QUE DIZIA NÃO SER NADA COM ELES...

O Ministério das Obras Públicas Trasportes e Comunicações informou o Governo Civil e este, logo de seguida, informou a Assembleia Municipal (são assim os burocratas...) que afinal, sempre fará uns passeios no viaduto sobre a A23, no Casal do Grilo. Quem fará esta obra será a "Estradas de Portugal".
Diz ainda o governo que terão de "atender as restrições de natureza técnica existentes". "Traduzido" parece querer dizer que não gastam um cêntimo a alargar o tabuleiro do viaduto.
Acrescentam depois que a intervenção terá de ser programada "em conjugação com intervenções da mesma natureza na via municipal a montante e a jusante do viaduto, da responsabilidade autárquica. "Traduzindo" outra vez, dizem que também não gastarão um cêntimo com obras fora do tabuleiro, aí quem quiser que se amanhe.
Segundo o ministério, este novo ofício será um "complemento" do anterior, o tal em que diziam que não faziam mesmo nada. Tentando trocar por miúdos o português trapalhão de ambas as cartas, parece que o ministério (depois de tantos protestos) se resolveu a fazer qualquer coisa. O quê? Não se chega a perceber bem. A Câmara Municipal terá de tentar esclarecer o assunto.
Assim vai a irresponsabilidade deste governo: mortos e feridos são trocos, embrulhados em ofícios mal amanhados, assinados por um qualquer chefe de gabinete.
quinta-feira, outubro 19, 2006
SÓCRATES: O ROSTO DA MENTIRA

VÃO TER PORTAGENS
Contrariando as promessas eleitorais de José Sócrates, o governo vai avançar no próximo ano com a introdução de portagens em três das sete SCUT, todas no norte do país..
A 11 de Dezembro de 2004, em pré-campanha na Covilhã, Sócrates afirmou: «caso seja eleito, as auto-estradas sem custo para o utilizador, SCUT's, vão permanecer sem custo», justificando que «não faz qualquer sentido estar a colocar portagens neste tipo de vias» .
Fique aqui a saber como falava Sócrates em campanha eleitoral, em Dezembro de 2004.
REFERENDO AO ABORTO APROVADO NA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA

SIM
REFERENDO EM JANEIRO
A proposta de referendo sobre interrupção voluntária da gravidez foi aprovada ao final da tarde desta quinta-feira, na Assembleia da República, com os votos favoráveis do Bloco de Esquerda, PS, e PSD, a abstenção do CDS/PP e o voto contra do PCP e "Os Verdes".
"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras 10 semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?" --- é a pergunta prevista na proposta socialista hoje aprovada.
Segundo a legislação, o Presidente da República tem de submeter as propostas de referendo ao Tribunal Constitucional (TC) para efeitos de fiscalização preventiva da constitucionalidade e da legalidade nos oito dias a seguir à sua publicação. Depois, o TC tem 25 dias para emitir um acórdão sobre a proposta, prazo que o Presidente da República pode encurtar, e o chefe do Estado tem 20 dias para decidir se convoca ou não a consulta, que tem de ser agendada para entre 40 e 180 dia s depois.
Contas feitas, o referendo deverá ter lugar em meados de Janeiro próximo. Um referendo para vencer.
O BLOCO PARTICIPARÁ ACTIVAMENTE NO DEBATE
Participando no debate, a deputada Helena Pinto, do Bloco de Esquerda, disse que "se o único caminho que tem o voto maioritário é o referendo, vamos ao referendo para que acabem os julgamentos de mulheres. E não fazemos de uma questão com esta dimensão uma querela partidária, que é mesquinha e que só enfraquece o campo do SIM."
E prosseguiu Helena Pinto: "Partimos com a consciência de que o SIM pode vencer.
Em nome da dignidade das mulheres, em nome da saúde pública, em nome de um país moderno, que recusa pertencer a um reduto retrógrado da Europa.
Quem defende o fim da criminalização do aborto não interfere nas opções morais, religiosas ou outras de quem quer que seja - o Estado defende a liberdade das pessoas e não impõe aos outros os preconceitos de cada um.
O Bloco de Esquerda vai por isso contribuir intensamente para a participação no referendo. Sabemos o que está em causa.
Com verdade e com a convicção de que podemos fazer da civilização um pedaço de todas e todos nós."