quarta-feira, outubro 24, 2007

DAQUI A POUCO OUVIREMOS SÓCRATES A FALAR CONTRA OS TRABALHADORES "PRIVILEGIADOS" DA INDÚSTRIA TÊXTIL

PATRÕES QUEREM SUPRIMIR FERIADOS
E SUBSÍDIOS DE FÉRIAS E DE NATAL

O presidente da Associação do Têxtil e do Vestuário de Portugal (ATP) defendeu, na abertura do 9º Forum do sector, que o Governo ponha travão às expectativas de aumentos salariais para os próximos anos, que suprima alguns feriados do calendário nacional e que elimine os subsídios de férias e Natal.
Paulo Nunes de Almeida, explicou que esta é a única forma de "garantir a competitividade das empresas de mão-de-obra intensiva, em particular as confecções", argumentando que, para o governo cumprir o objectivo de chegar a 2011 com um salário mínimo de 500 euros mensais é necessária uma actualização anual de 5,5 por cento que coloca "uma boa parte das empresas numa situação de não poder continuar a laborar, pois é-lhes impossível acomodar o aumento de custos, os quais jamais se poderão repercutir nos preços praticados aos clientes, em especial nos mercados internacionais".

Para compensar a subida do salário mínimo, a ATP reclamou a diminuição do número de feriados, a isenção dos descontos para a Segurança Social das horas suplementares, a limitação dos montantes globais das indemnizações por despedimento e a redução das remunerações dos trabalhadores de de 14 para 12 meses, acabando com os subsídios de Natal e de férias. As propostas foram apoiadas pelo economista Daniel Bessa (na foto), ex-ministro da Economia de António Guterres.

Por enquanto, ainda não defenderam a escravatura ou o pagamento com uma simples malga de sopa. Mas, como sempre, Sócrates estará bem atento às necessidades das empresas "num contexto de globalização". Estamos certos de que Luís Filipe Menezes, compreensivo, apoiará o PS em mais esse "desígnio estratégico"...

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