segunda-feira, maio 03, 2010

EM NOME DO BLOCO DE ESQUERDA

ANABELA CAVALHEIRO NA SESSÃO SOLENE DO 25 DE ABRIL:
"HÁ MADRUGADAS QUE AINDA FALTA CUMPRIR"
A jovem autarca do Bloco começou por se identificar com a Revolução."Somos os homens e as mulheres da madrugada de Abril. Somos dos que o fizeram e dos que o viram fazer. Estivemos lá nesse tempo de convulsão e salto em frente, como outros grandes que marcaram a nossa História: 1143, o 1º de Dezembro de 1640, 5 de Outubro de 1910. Na nossa história pessoal, há um antes e um depois, porque esta é a grande data da nossa época e da nossa história recente enquanto Povo."
Depois explicou por que, apesar de tudo, hoje é difícil falar em Alegria, Fraternidade, Igualdade, Liberdade.
"É dificil pensar em Alegria quando o fantasma do desemprego espreita à janela ou entra pela porta de muitos lares --- só no Entroncamento, há perto de 800 desempregados, um drama social que atinge milhares de pessoas. É difícil pensar em Alegria quando se conjuga na primeira pessoa o verbo diminuir nos salários, nas deduções com a educação e a saúde, enquanto se multiplica o valor do combustível, da conta do supermercado...
É difícil pensar em Fraternidade quando o chamado Programa de Estabilidade e Crescimento prevê a privatização serviços desde sempre públicos, como a ferrovia e os CTT, essenciais para garantir as comunicações no conjunto do território e a igualdade de acesso nas regiões afastadas dos grandes centros”.
É difícil pensar em Igualdade, quando decorre o centenário sobre o Dia Internacional da Mulher, mas as mulheres apesar de serem mais escolarizadas continuam a aceder menos aos postos mais altos dos quadros nas empresas e a serem discriminadas." É difícil falara de Liberdade, "quando insidiosamente se procura calar as vozes mais incómodas que se atrevem a noticiar aspectos que não convém virem a público."


"ABRIL RESISTE E ESTÁ AQUI
Anabela Cavalheiro aprsentou, no entanto, uma visão optimista do futuro. "Contudo Abril resiste e está aqui, presente e vivo na alma de cada um para sentir a Alegria, por ver que o povo ainda sabe sair à rua quando os seus direitos são postos em causa; a Fraternidade na sociedade civil que está viva e de boa saúde: nas inúmeras associações culturais e desportivas e nos movimentos dos trabalhadores. Está viva para anonimamente se juntar e limpar Portugal, na alegria de ver o esforço conjunto dar frutos; a Igualdade também, no direito à participação na coisa pública e no acesso aos estudos finalmente, a Liberdade para enquanto povo sermos senhores do nosso destino e responsáveis pela escolha das nossas decisões, responsáveis pelo uso que simbolicamente damos às nossas mãos como tão bem diz Manuel Alegre, o poeta que em tantas circunstâncias soube --- e sabe! --- interpretar as mais fundas aspirações do nosso povo
De mãos é cada flor cada cidade.
Ninguém pode vencer estas espadas:
nas tuas mãos começa a liberdade."
A terminar, Anabela Cavalheiro fez votos de que a memória não nos atraiçoe, #porque há madrugadas que ainda falta cumprir."

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